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Amostragem de superfícies da doença por coronavírus (COVID-19)

O que é o COVID-19?

A doença COVID-19 (“corona virus disease 2019”) é provocada por um vírus de RNA, SARS-CoV-2. Até agora sabe-se que este vírus emergiu em Wuhan na China em dezembro de 2019. Febre, tosse e dificuldade em respirar, são os sintomas mais frequentes, podendo levar ao desencadeamento de uma pneumonia. Até agora, é do conhecimento geral que o coronavírus pode se espalhar mantendo contacto próximo com alguém infetado e, em seguida, respirando as gotículas respiratórias. Ou tocando numa superfície contaminada e esfregando os olhos, nariz ou boca.

 

Porque devemos monitorizar COVID-19 nas superfícies?

As pessoas infetadas com o vírus podem deixar gotículas infetadas em objetos e superfícies (chamadas fomites) quando espirram, tossem ou tocam nas superfícies como mesas, maçanetas e corrimãos. Outras pessoas podem ser infetadas ao tocar nesses objetos ou superfícies e depois tocar nos olhos, narizes ou bocas antes de limpar as mãos.

De acordo com National Institutes of Health (NIH), o coronavírus pode sobreviver por dois a três dias em superfícies de plástico e aço inoxidável. É por isso que é essencial limpar cuidadosamente as mãos regularmente com água e sabão ou um produto para esfregar as mãos à base de álcool e limpar as superfícies regularmente. A solução para proteger os trabalhadores contra o COVID-19 requer uma abordagem multifacetada. Além da necessidade bem estabelecida de máscaras, as empresas também precisam de controlar, monitorizar e garantir condições ambientais livres de SARS-CoV-2.

Dessa forma, a deteção do vírus nas superfícies torna-se relevante como uma técnica de rastreamento, permitindo que hospitais, locais de saúde, indústrias, hotéis e estabelecimentos descontaminem áreas positivas.

 

Como podemos fazê-lo?

1 – Amostragem de superfície
O primeiro passo é identificar e listar as áreas ou superfícies comuns, tais como maçanetas, corrimões e superfícies de trabalho a serem testados. Molhar a zaragatoa com o meio de transporte viral e aplicar com pressão a zaragatoa húmida sobre a superfície, movendo pelo menos em duas direções diferentes enquanto se gira a mesma. A área de superfície recomendada para a recolha é de 25cm2 por zaragatoa.

2 – Processamento de amostras em laboratório
No laboratório, as zaragatoas passam por um processo que envolve a extração do RNA. Nesta etapa pretendem-se que o RNA das partículas virais (se presente) seja isolado das amostras para a próxima etapa da deteção.

3 – RT-PCR em tempo real
A deteção do vírus é feita através de um teste de diagnóstico, designado por PCR em Tempo Real. Esta técnica é relativamente rápida, sensível e muito específica. Combina uma amplificação dirigida a pequenos fragmentos do genoma do vírus à sua deteção com sondas específicas.

 

Potenciais riscos da análise

Resultados negativos não descartam a possibilidade de haver superfícies infetadas. Há vários fatores para a existência de falsos negativos nas análises realizadas em superfícies, tais como:

1. Colheita da amostra: a escolha da zona de teste não representa toda a superfície e a zona testada pode conter poucas ou nenhumas partículas virais nas amostras; Este problema pode ser mitigado se várias amostras forem recolhidas para cobrir a maior parte da superfície;

2. O espécime colhido não foi manuseado e/ou adequadamente enviado ao laboratório. Este problema pode ser mitigado se a amostra na recolha e no transporte for refrigerada;

3. Razões técnicas inerentes ao teste, incluindo mutações no genoma viral ou inibição das reações de amplificação por PCR. Este último ponto é acautelado através da utilização do kit ViroReal® Kit SARS-CoV-2 & SARS, que faz a deteção de uma região altamente conservada do gene N presente em todos os coronavírus SARS. Esta abordagem permite a deteção universal de todos as estirpes conhecidas de SARS-CoV, incluindo SARS-CoV-2 e SARS sem a discriminação entre estirpes. A discriminação pode depois ser confirmada pela utilização do kit ViroReal® Kit SARS-CoV-2.

 

Referências:
WHO (2020): Surface sampling of coronavirus disease (COVID-19): A practical “how to” protocol for health care and public health professionals. Version 1.1, 18th February 2020.